Participar da 43ª edição da Expo Arte SP, em plena Praça da Baleia na Avenida Faria Lima, foi mais do que uma oportunidade: foi um marco. Pela primeira vez, expus sete obras lado a lado com artistas que admiro, em um dos maiores eventos de arte da cidade. Entre telas, fotografias e esculturas de mais de oitenta criadores, ali estava eu, mostrando ao público um trabalho pensado para experimentar possibilidades. Cada peça foi criada com um acabamento diferente, explorando as nuances entre o papel importado e o nacional, para sentir na prática como cada textura, cada toque de superfície, influencia a leitura da obra.
Entre elas, Sangue da Terra chamou atenção de forma especial. Era curioso observar como as pessoas se aproximavam, olhavam de perto, comentavam baixinho e depois me perguntavam sobre a história por trás das cores e das formas. Esse diálogo silencioso entre obra e visitante foi talvez o maior presente daqueles dias.
No meio daquela energia intensa, percebi algo que mudou minha forma de me enxergar: se todos ali eram artistas, então eu também era. Não estava apenas “participando” de um evento — eu estava assinando meu lugar. Essa sensação despertou em mim uma vontade imensa de criar mais, experimentar mais, ocupar novos espaços e viver outras exposições. Foram dias de troca, de aprendizado e de conexões, com um fluxo constante de pessoas visitando, descobrindo e se encantando, tudo isso no cenário vibrante de uma das avenidas mais movimentadas de São Paulo. Voltei para casa com a certeza de que esse foi só o começo.